Telangiectasias (Vasinhos)

vasinhos

Telangiectasias são pequenos vasos vermelhos ou arroxeados que se dilatam e marcam a pele. Medem menos que um milímetro e estão localizados na camada mais superficial da pele, ou seja, na derme.

Trata-se de problema essencialmente estético, já que estes vasos não se transformam em varizes. Entretanto, a presença de telangiectasias pode indicar que veias maiores próximas estão insuficientes e que o paciente necessitará de um tratamento mais abrangente. Essas veias comprometidas podem ser as varizes propriamente ditas ou podem ser as veias nutrícias, que são veias conectadas aos vasinhos da região e que aumentam a pressão e a quantidade de sangue fornecida a eles, provocando sua dilatação e perpetuação. Sua identificação permite que elas sejam tratadas a fim de um resultado estético mais duradouro. Por isso, é recomendada a procura de um Cirurgião Vascular para um exame mais detalhado antes de iniciar qualquer tratamento estético.

Os vasinhos podem aparecer em qualquer fase da vida. Em geral, estão relacionados às variações hormonais que ocorrem na adolescência, na gestação, na menopausa e/ou no uso de anticoncepcionais e terapia de reposição hormonal. Os hormônios femininos dilatam os vasos sanguíneos, que ficam mais visíveis. Esse é um dos motivos pelos quais as mulheres apresentam mais telangiectasias do que os homens.

Diferentemente das varizes, os vasinhos não causam sintomas como inchaço e dor nas pernas. Algumas mulheres relatam ardência no local das telangiectasias, especialmente no período pré-menstrual, mas de baixa intensidade.

O diagnóstico é feito através do exame físico, porém os vasinhos podem estar associados a veias nutrícias que não são visíveis a olho nu nem ao toque. Nestes casos, alguns equipamentos que utilizam realidade aumentada por transiluminação ajudam na identificação de veias nutrícias.

O médico também pode solicitar um ultrassom Doppler, mas a finalidade maior deste exame é mapear o sistema venoso e identificar algum problema não estético, como o comprometimento das veias safenas, que esteja predispondo o surgimento dos vasinhos. As veias nutrícias podem estar tão próximas da superfície da pele que não são captadas pelo ultrassom Doppler.

Certas medidas podem evitar que surjam problemas em veias maiores que se manifestam como vasinhos. Os exercícios físicos beneficiam a circulação sanguínea, tonificando as veias e dificultando a sua dilatação. O uso de meias elásticas também auxilia na prevenção dessa dilatação.

O tratamento de escolha para tratar os vasinhos nas pernas é a escleroterapia, chamada popularmente de “aplicação”. É uma injeção de substância irritante diretamente no interior do vaso, causando inflamação e posterior absorção pelo organismo.

O número de sessões a serem feitas vai depender da quantidade de vasinhos e da resposta do organismo de cada um. Em geral, uma sessão é definida pela quantidade de substância a ser injetada.

O tratamento eficaz dos vasinhos associados a veias nutrícias deve englobar a destruição dessas veias, seja com a injeção de substâncias químicas, seja com sua remoção por meio da microcirurgia ou Laser transdérmico.

O melhor tratamento para cada caso será definido em comum acordo com o seu Cirurgião Vascular.

 

Bibliografia

1.         Gloviczki P, Comerota AJ, Dalsing MC, et al. The care of patients with varicose veins and associated chronic venous diseases: clinical practice guidelines of the Society for Vascular Surgery and the American Venous Forum. J Vasc Surg 2011; 53:2S.

2.         Wittens C, Davies AH, Bækgaard N, et al. Editor’s Choice – Management of Chronic Venous Disease: Clinical Practice Guidelines of the European Society for Vascular Surgery (ESVS). Eur J Vasc Endovasc Surg 2015; 49:678.

 

Dr. Simon Benabou é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com residência médica em Cirurgia Geral e Cirurgia Vascular. Foi preceptor da Disciplina de Cirurgia Vascular no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Possui título de Especialista em Cirurgia Vascular pela Comissão Nacional de Residência Médica e pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. Atualmente é Médico Assistente do Serviço de Cirurgia Vascular e Endovascular do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Atende em consultório no endereço que consta no rodapé deste site.

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