A osteoporose é uma doença definida como massa óssea reduzida associada à deterioração da microarquitetura do osso, ou seja, um osso fragilizado que predispõe a fraturas. Trata-se da doença osteometabólica mais comum no mundo ocasionando 1 fratura osteoporótica a cada 3 segundos. De acordo com o Ministério da Saúde cerca de 10 milhões de brasileiros são afetados pela doença.
Mesmo predominando no sexo feminino, cerca de 15% dos homens acima dos 65 anos são portadores da doença no Brasil!
Devem ser rastreados para osteoporose:
1. homens acima de 70 anos, ou acima de 50 anos que tenham algum fator de risco* para a doença
2. mulheres acima de 65 anos ou após a menopausa e que tenha algum fator de risco* para a doença
*São fatores de risco para osteoporose: baixo índice de massa corpórea (IMC), tabagismo, etilismo (acima de 3 doses álcool por dia), uso crônico de corticoides, fraturas de fragilidade (fratura decorrente de impacto de baixa intensidade), doenças ou medicamentos que possam causar prejuízo ósseo como por exemplo o diabetes, artrite reumatóide, uso de anticonvulsivantes, entre outros.
O diagnóstico é feito a partir de uma avaliação clínica do paciente, somado a exames laboratoriais e de imagem. O melhor exame para diagnosticar a osteoporose atualmente é a densitometria óssea. Nesse exame é realizada a medida da densidade mineral óssea do fêmur e da coluna lombar, mas quando há próteses ou cirurgias prévias nessas regiões é possível a sua realização no antebraço.
As principais medicações usadas no seu tratamento têm como objetivo diminuir a degradação da massa óssea. Como o osso é um tecido que se renova continuamente, a formação óssea sobrepondo-se à degradação pode aumentar a densidade mineral óssea. É importante controlar os fatores de risco para uma melhor eficácia no tratamento.
Para prevenir a osteoporose é necessário manter uma alimentação rica em cálcio, realizar atividade física com frequência e manter o aporte de vitamina D adequado (seja por exposição solar, alimentação ou suplementação). A exposição solar deve ocorrer ao redor de 15 a 20 minutos, 3 vezes por semana, entre as 9h – 15h. Esses bons hábitos devem ser iniciados desde a infância. Algumas medidas comportamentais também são importantes, tais como evitar quedas e manter boa acuidade visual para evitar traumas com objetos e móveis.
A osteoporose é uma doença que pode não manifestar sintomas e muitas vezes é descoberta apenas no momento em que ocorre uma fratura óssea. O acompanhamento médico regular pode ajudar a prevenir que isso aconteça.
Bibliografia
1. Richard Eastell, Clifford J Rosen, Dennis M Black, Angela M Cheung, M Hassan Murad, Dolores Shoback, Pharmacological Management of Osteoporosis in Postmenopausal Women: An Endocrine Society Clinical Practice Guideline, The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, Volume 104, Issue 5, May 2019, Pages 1595–1622, https://doi.org/10.1210/jc.2019-00221
2. Diretrizes brasileiras para o diagnóstico e tratamento da osteoporose em mulheres na pós‐menopausa. Revista Brasileira de Reumatologia. Volume 57, Supplement 2, 2017, Pages 452-466, ISSN 0482-5004, https://doi.org/10.1016/j.rbr.2017.06.001.
3. Nelson B. Watts, Robert A. Adler, John P. Bilezikian, Matthew T. Drake, Richard Eastell, Eric S. Orwoll, Joel S. Finkelstein, Osteoporosis in Men: An Endocrine Society Clinical Practice Guideline, The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, Volume 97, Issue 6, 1 June 2012, Pages 1802–1822, https://doi.org/10.1210/jc.2011-3045
Dr Maurício Karakida Hashimoto é médico formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com Residência em Clínica Médica e Especialização em Endocrinologia e Metabologia pela mesma mesma instituição. Possui título de de especialista em Endocrinologia e Metabologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Atualmente é médico do corpo clínico do Pronto Atendimento do Hospital BP Mirante. Atende em consultório que consta no rodapé dessa página.
