Os benefícios do convívio entre crianças e pets

IMG_2237-89c11c1f-49325981

Atualmente, cães e gatos estão presentes em mais de 50% dos lares e, na maioria das vezes, são tratados como “membros da família”. Infelizmente, é bastante comum uma família se desfazer de um animal de estimação com a chegada do bebê, por medo de que essa interação com o pet possa trazer prejuízos ao novo membro da família, como causar alergias, transmitir doenças e até machucar.

Já existem inúmeros estudos mostrando a grande quantidade de benefícios que um animalzinho pode trazer na vida de uma criança e de sua família.

O convívio com um pet estimula habilidades afetivas, socialização, funções executivas do cérebro, noções de companheirismo e responsabilidade. A criança aprende mais sobre regras de convívio, respeito e a importância de cuidar do outro. Além disso, contribui para a aprendizagem infantil sobre temas como nascimento, procriação e morte, e desperta a consciência ecológica e ética da criança diante da natureza e dos seres vivos. Auxilia também na prática de atividade física por meio de brincadeiras e passeios.

Estudos mostram que a exposição a animais diminui a chance de desenvolver doenças alérgicas e que quanto mais precoce for, menor a chance de adquirir alergias. Assim, crianças que têm contato com cães e gatos durante o primeiro ano de vida são mais saudáveis e têm menos infecções respiratórias do que as crianças que não tem esse convívio. Isso acontece porque o contato com os animais influencia a maturação do sistema imunológico e leva a menor duração dos quadros infecciosos e maior resistência a doenças respiratórias. Um estudo mostrou que crianças que tiveram contato com cachorros no primeiro ano de vida apresentaram uma redução de 13% no risco de desenvolver asma/bronquite após os 6 anos de idade.

Por causa de todos os benefícios que os pets trazem para as nossas vidas, eles têm sido utilizados como auxiliares em processos terapêuticos em hospitais e instituições afins. A Terapia Assistida por Animais consiste na utilização dos mesmos para o cuidado em saúde. O cão é o principal animal utilizado nesse tipo de terapia.

Observa-se que pacientes na companhia de animais manifestam melhora na saúde, redução da dor e da ansiedade, aumento da socialização e melhora da qualidade de vida. Esta terapia tem sido eficaz no tratamento de diferentes deficiências e problemas de desenvolvimento como paralisia cerebral, outras desordens neurológicas, ortopédicas e posturais, e distúrbios de comportamento.

Para o cuidado de crianças e adolescentes com câncer, a introdução do contato com o cão, de forma terapêutica, tem colaborado para aumentar a autoestima e a comunicação de pacientes com as equipes de saúde, a família e as outras crianças, além de compensar déficits afetivos e estruturais. É possível observar o aumento na concentração plasmática de endorfinas e a diminuição na concentração plasmática de cortisol, substância que atua diretamente no estado de ansiedade. Isso favorece uma melhor aceitação da criança a realização de procedimentos, por se encontrar mais confiante, já que também sente no ambiente hospitalar momentos de prazer, divertimento e alegria.

Apesar de todas as vantagens já mencionadas, é importante que alguns cuidados sejam tomados para evitar acidentes e infecções. Animais apresentam atitudes agressivas por medo ou defesa (território, dono, cria, alimento), portanto estas situações devem ser respeitadas. Até os 7 anos, os pais devem supervisionar qualquer interação entre os filhos e os bichos.

As crianças devem ser orientadas a não se aproximar de animais desconhecidos, não desafiar ou agredir os animais e não tocar em animais sem a permissão do proprietário. Não se deve puxar as orelhas, as patas e o rabo, colocar o dedo nos olhos do animal e tomar brinquedo que esteja com um cão.

Os cuidados com a saúde do animal são fundamentais. Desta forma, a vacinação deve estar sempre atualizada, assim como o controle de pulgas e carrapatos. O pet deve ser levado a consultas regulares com o veterinário. Isso tudo associado a adoção de bons hábitos de higiene por parte da família, dentre os quais lavar as mãos após contato com os pets, principalmente com filhotes ou animais com diarreia.

Uma forma de preparar o animal para a chegada do bebê é, ainda na maternidade, deixar alguns panos novos e limpos em contato com o bebê e depois levar para casa e deixar em locais onde o pet desenvolva atividades agradáveis, como debaixo da vasilha de ração, na cama ou local onde dorme e junto dos brinquedos. O contato com os panos fará com que comecem a se familiarizar com o cheiro do bebê e relacionem esse cheiro a coisas boas, como comer, dormir e brincar.

É importante sempre o seguimento e orientação do pediatra ou do especialista em relação a cada família, especialmente no caso de crianças alérgicas.

Bibliografia

1.    Early Exposure to Dogs and Farm Animals and the Risk of Childhood Asthma.

2.    Sociedade Brasileira de Pediatria.

Sociedade de Pediatria de São Paulo.

Gostou do conteúdo? Compartilhe

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Outros Posts:

Disruptores Endócrinos

Os disruptores endócrinos (DEs) são definidos pela Endocrine Society como: “substância química exógena [não-natural], ou mistura de substâncias químicas, que interferem com qualquer aspecto da

Continue Lendo »

Endereço de Atendimento:
Praça Oswaldo Cruz, 124 – Cj 61 e 62
Paraíso – São Paulo/SP
Cep 04004-903

Horário de Atendimento:
Segunda a Sexta das 9:30 as 20:00
Sábado e Domingo: Fechado

© 2019 – Todos os direitos reservados